Em artigo de opinião publicado no Dinheiro Vivo, Elsa Guilherme, Senior Manager da Neves de Almeida HR Consulting, fala no impacto dos programas de Onboarding na relação entre a empresa e o colaborador.
Todos reconhecemos a importância das nossas organizações investirem no processo de onboarding de novos colaboradores. Receber de braços abertos novos elementos na organização, integrá-los e fazê-los sentirem-se parte integrante (e importante!) na viagem organizacional é dos momentos que, provavelmente (e bem ou mal) ninguém esquece. E por ser totalmente inesquecível, marcante, pode fazer toda a diferença para conquistar alguém que recomenda a organização, que a reconhece e que a promove genuinamente.
Melhor do que dizer, é viver; por isso, hoje, é uma questão de investimento, de conquista, de capacidade de captar pessoas, de ser apetecível no mercado, como empregador. A esse programa, somamos outros como programas de Trainees, de gestão de talentos (viveiros), com vista a criar desde o primeiro momento esta troca equilibrada com o novo colaborador: damos uma experiência sólida, de crescimento e em troca, esperamos o engagement – o coração, a mente e a superação do colaborador.
A chegada de novos colaboradores traz energia e novidade, traz questionamento, uma panóplia de expectativas diferentes e reforça a energia criativa que deve existir na organização, que beneficia a todos.
É por isso inegável que o onboarding, o embarcar na organização deve ser um processo pensado em pormenor, fazendo viver aquela ideia de que “não temos 2ª oportunidade para criar uma primeira boa impressão” e que, de facto, quem chega merece o nosso melhor na preparação, na integração e na preocupação de não apenas “dizer” mas também “ouvir”.
Nos programas desenvolvidos pela Neves de Almeida, procuramos aliar a emoção e construir uma experiência de acolhimento, de aprendizagem, com recurso à gamificação ou ao teambuilding, com desafios que geram conhecimento e adesão imediata.
Reconhecendo a importância desta relação que se estabelece com quem chega, sabemos que nem só de novos elementos vive uma organização; pelo contrário… Quem entra a bordo é fundamental, mas quem já nos acompanha na viagem é-o igualmente. O marketing ensina-nos isso em relação aos clientes: custa 5 a 7 vezes mais conquistar um novo cliente do que manter um cliente existente e isso também verdade em relação aos colaboradores que fazem parte da organização há mais tempo, que investem na organização como se fosse sua, que cuidam e que se envolvem. Seria um erro considerar que colaboradores de permanência longa estão acomodados, são uma voz desmotivada e pronta a criticar ou a contestar a organização; se alguns existem, todos nós também já conhecemos pessoas críticas e descontentes, sem tempo de casa que o justifique, por isso o estereótipo pode ser perigoso e inadequado. O facto é que os elementos mais experientes das equipas cumprem um papel fundamental na integração de outros, no papel pedagógico de ensinar a vertente experiencial, de agirem como mentores de outros. Têm o que os novos colaboradores procuram: feedback, capacidade de ensinar, de lhes criar desafios.
Nem todos são chefias, mas muitos são carismáticos, trazem a empresa no coração, são os escolhidos quando se pretende alguém que participe no filme da empresa, que cumpra um papel de Embaixador ou que dê um testemunho para a newsletter. Por isso, numa organização, seria um erro apostar no onboarding sem ter também uma política de “stay aboard“.
Na Neves de Almeida, desenvolvemos programas do que chamamos all aboard, em que revemos valores e missão da organização, em que trabalhamos áreas de melhoria, em que ajudamos a criar projetos transversais, com recurso a metodologias como o agile e o design thinking, em que partilhamos dos desafios dos nossos clientes, ajustando as equipas ao remote e aos novos desafios.
Desde 2016 que promovemos o Índice da Excelência, um inquérito que procura conhecer a satisfação dos colaboradores das empresas. Este inquérito é inovador face a outros instrumentos do mercado, por salientar a opinião dos colaboradores e descobrir que fatores de retenção são valorizados pelas pessoas (porque todas são diferentes e esperam coisas diferentes) e que iniciativas poderão ter mais impacto, para que os colaboradores queiram continuar a bordo.
Quem já velejou sabe que tão importante é quem vai ao leme, quanto quem puxa a vela… vivemos tempos em que é importante a partilha, a comunicação, a confiança, a genuinidade e, com ventos e tempestades, não pode haver “homens ao mar”, porque estamos todos no mesmo barco.
Leia o artigo na sua publicação original aqui