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Ser empático é comparecer


Ricardo Pedro - 30 de Setembro, 2021 - 0 comments

Em artigo de opinião publicado no Dinheiro Vivo, Patrícia Agostinho, Senior Manager da área de Team Building da Neves de Almeida HR Consulting, fala da importância da empatia na vida profissional e do seu impacto nas organizações.

Gosto de ouvir música, mas não sou de todo uma expert no tema. A maior parte das vezes não sei quem interpreta uma canção e confesso que, a funcionalidade do rádio do carro que me vai dizendo o que estou a ouvir é algo que adoro.

Dou valor, sobretudo, às mensagens que as canções transportam nas suas letras, mais ou menos leves, com mais ou menos conteúdo, mas que me levem a pensar sobre o tema, a refletir, a sorrir.

E foi isso que senti na passada semana quando ouvi, a caminho de Lisboa pela manhã, a música que a Carolina Deslandes gravou para atuar no “Colors”, uma plataforma de música que reúne diversos artistas a nível mundial.

O poema é cru, as palavras são difíceis de dizer em canção, mas fazem-nos, efetivamente, perceber e viver o tema da empatia.

Nos últimos 18 meses empatia deve ter sido das palavras mais referidas (depois de “estás em mute”!). Em tempo de pandemia, o facto de nos colocarmos no lugar do outro, de nos tentarmos identificar com a sua situação para percebermos o seu comportamento, foi muito explorado. Muito se falou sobre o não julgarmos sem tentarmos entender, sem percebermos o que a outra pessoa está a passar, muito se falou sobre como devemos desenvolver a empatia pelo outro.

Mas será que entendemos bem o que significa? A Carolina Deslandes, de uma forma explicada e bem articulada (a forma como diz as palavras “arrepia-me”) revela-nos o que é ser empático e o que podemos fazer se queremos um mundo melhor: não escrever empatia só para aparecer, ser empático é comparecer; é sofrer por ver alguém sofrer, é a ferida no corpo do outro que insiste em doer.

É fundamental que percebamos que esta é uma capacidade que devemos ter na nossa vida pessoal, mas muito na nossa vida profissional. Se fizermos um esforço por compreender o outro que trabalha connosco, por sentir o que está a sentir, se estivermos lá para ajudar, vamos todos trabalhar melhor.

Das variáveis mais valorizadas pelos colaboradores nas organizações é o ambiente que se vive. Para tal, as condições físicas são importantes, mas são as pessoas, os colegas e as chefias, que fazem a diferença. E se todos desenvolvermos este nível de compreensão, tudo corre melhor.

Shola Kaye, especialista em comunicação, defende que a empatia se treina e que as empresas devem encorajar e dar ferramentas aos seus colaboradores para escutarem e entenderem os pontos de vista e emoções dos que consigo trabalham. Ter uma cultura de comunicação aberta e transparente, valorizar perfis de humildade e coragem, promover momentos de escuta efetiva entre as equipas. Queremos que as pessoas se liguem umas às outras e queremos ajudá-las a sentirem-se ouvidas. Embora a empatia por si só não seja provavelmente suficiente para salvar o dia, é fundamental termos pessoas corajosas e empáticas que estejam preparadas para serem os catalisadores que resultam numa mudança duradoura e sistémica dentro das nossas empresas e instituições.

Leia o artigo na sua publicação original aqui.

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