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Recrutamento 4.0


Ricardo Pedro - 14 de Julho, 2021 - 0 comments

Em artigo de opinião publicado no Dinheiro Vivo, Nuno Marques Silva, Partner da Neves de Almeida HR Consulting, fala do impacto das novas tecnologias nos processos de recrutamento.

2021 já vai a meio, e é evidente que vivemos uma alteração profunda na forma como trabalhamos. Graças à covid-19, hoje somos muito mais digitais do que éramos em 2019. A gestão, recrutamento e retenção de pessoas tornou-se num desafio ainda maior para as empresas, recrutadores e candidatos, pois todos tivemos de nos adaptar, num curto espaço temporal a esta nova experiência remota. Em concreto, independente do setor, dos serviços à indústria, esta pandemia veio obrigar as organizações a mudarem a forma como operacionalizam o seu processo de recrutamento. Mas estaremos a reagir temporariamente, até que tudo regresse ao que conhecíamos pré-pandemia, ou vivemos realmente uma mudança sem retorno?

No imediato, substituímos as entrevistas presenciais por entrevistas on-line nas mais variadas plataformas disponíveis. Foi a forma mais rápida para ultrapassarmos as limitações do confinamento. Contudo, foi este pequeno/ grande passo, que permitiu quebrar uma barreira e alertar para a mudança de paradigma que tem estado a ocorrer no processo de recrutamento.

Observamos atualmente uma tendência de algumas organizações para o recurso a soluções de automatização de processos de recrutamento, tais como modelos preditivos, uso da Inteligência Artificial, assessments digitais, entrevistas robotizadas para triagens iniciais, entre outros.

O próprio trabalho remoto, que muitos de nós nunca tínhamos experienciado, mudou a forma como o recrutador faz o search, e a seleção de candidatos, alargando o leque de competências valorizadas. Esta nova forma de trabalho (total ou parcial), que é já uma realidade para muitas empresas, seja por ausência de infraestruturas físicas, ou por abrangência global, veio acelerar definitivamente o crescimento das novas tecnologias de recrutamento, com benefícios claros na pesquisa de candidatos globais, qualidade na triagem inicial e otimização de tempo, agilizando o processo de identificação dos profissionais.

Hoje é comum, por exemplo uma empresa norte-americana na área das tecnologias da informação contratar um programador português, e este não ter de se mudar para os EUA, trabalhando a partir da sua casa em Portugal. Citei o exemplo de um programador, mas há outras profissões que se irão globalizar. Sem darmos por isso, a profissão do próprio recrutador é já hoje em dia cada vez mais global. Este fenómeno, tem até vindo a aumentar a competitividade entre empresas, na luta pelos melhores talentos, com uma consequência óbvia na pressão sobre as remunerações.

Espera-nos, sem dúvida, um mundo de oportunidades, mas não creio que a profissão de recrutador venha a ser substituída pela crescente digitalização, automatização e robotização. Não acredito que traga desumanização ao processo, antes pelo contrário. O uso das tecnologias ajudará a reduzir as tarefas repetitivas e monótonas, tais como pesquisa e triagens iniciais, permitindo maior disponibilidade do recrutador para questões verdadeiramente determinantes, nomeadamente a análise de human-skills, a empatia, inteligência emocional, pensamento critico, alinhamento com a cultura e estratégia da organização, criação de conexões personalizadas com os candidatos, entre outras. Quanto mais exigente for a função, como p. ex.: funções executivas e com cargos de liderança, maior importância será dada ao lado mais humano das entrevistas e claro, a senioridade do recrutador, nomeadamente no Executive Search, marcará certamente toda a diferença, tornando impossível esta interação ser replicada artificialmente.

Convido os leitores a acederem ao seguinte site: https://willrobotstakemyjob.com/ para perceberem qual a probabilidade de os robots, virem a substituir as vossas profissões.

Respondendo à questão colocada no primeiro parágrafo, esta mudança não é temporária, e veio seguramente para ficar!

Leia o artigo na sua publicação original aqui

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