Em artigo de opinião para o Dinheiro Vivo, Filipe Teobaldi, Consultant da Neves de Almeida HR Consulting, fala de High Reliability Organization (HRO) e explica o que torna estas organizações capazes de prosperar em circunstâncias incertas e tempos de mudança.
Atualmente vivem-se tempos extremamente voláteis, acelerados pelos acontecimentos recentes que obrigaram as Organizações a assumirem uma postura mais ágil, em constante atualização e desenvolvimento, mais atentas às oscilações e mudanças do meio envolvente.
Neste ritmo frenético, houve algumas Organizações que, para além de conseguirem gerir a incerteza que adveio, foram capazes de crescer e desenvolver-se apesar das circunstâncias adversas que se viviam. A muitas destas Organizações dá-se o nome de High Reliability Organization (HRO): uma Empresa de alta fiabilidade, capaz de prosperar apesar das circunstâncias incertas e períodos de mudança – mas como atingiram estas Organizações este grau de fiabilidade?
Uma HRO distingue-se positivamente das outras Organizações pelo esforço que exerce para se organizar de uma forma a aumentar o rigor de forma transversal, melhorar a atenção das suas pessoas para o detalhe a tal nível que são capazes de detetar formas subtis de como os diferentes contextos variam e carecem de resposta contingente. Esta organização cria uma inter-relação com os colaboradores para que estejam em constante contacto enquanto desenvolvem e atualizam o conhecimento mútuo sobre a situação que avaliam. Desta forma são capazes de prever de forma proativa erros e crises que aparecem.
As HROs viram o seu enfoque para a construção de uma cultura organizacional, onde é norma interagir com todos os colaboradores. Criam e nutrem este sentimento inter-relacional, para que todos os colaboradores tenham consciência de como o seu trabalho encaixa com o dos seus colegas, e como tudo interage. Esta Performance fiável é complicada porque é feita dentro de sistemas e ambientes complexos e dinâmicos, difíceis de interpretar e especificar, mas através desta cultura organizacional, os colaboradores ganham relutância à simplificação, e tendem a estar alerta para flutuações, por mais insignificantes que sejam.
Para atingir o patamar de HRO, existem algumas práticas que podemos ter em conta: preocupação com a falha – operar com precaução pela possibilidade de algo correr mal que possa comprometer a operação; relutância em simplificar as interpretações – questionar deliberadamente os pressupostos para criar uma fotografia real da situação corrente; comprometimento para com a resiliência – desenvolver a habilidade de conseguir lidar com situações negativas passadas, antes que piorem; e deferência para com a expertise – em situações de alto stress, a tomada de decisão tem em conta as pessoas com mais expertise sobre o tópico que versa a crise que se vive.
Em suma, o ritmo das mudanças e transformações é alucinante sendo necessário que as Organizações estejam preparadas para lidar com estes tempos, muitas vezes abandonando os protolocos normalmente existentes para novas abordagens baseadas no expertise, promovendo sempre o desenvolvimento e a melhoria contínua.
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