Em artigo de opinião para o Dinheiro Vivo, Nuno Marques Silva, Partner da Neves de Almeida HR Consulting, fala do impacto da digitalização das organizações principalmente em relação às suas vantagens para os Recursos Humanos.
Já não há grandes dúvidas que a sucessão de acontecimentos a que assistimos nos últimos 2 anos, mudou definitivamente a nossa forma de trabalhar, de interagir uns com os outros e demais stakeholders das nossas organizações. Um dos mais significativos processos de evolução laboral que tem marcado o nosso dia-a-dia, é a digitalização. Para muitos, a transformação digital pode parece ser uma mudança difícil, ainda mal compreendida, mas o facto é que muitas empresas estão a avançar e a experimentar novas formas de trabalhar.
Se 2020 foi um ano de surpresa, em 2021 já assistimos a verdadeiras transições. Resta saber se em 2022, agora que vemos uma luz ao fundo do túnel no que diz respeito a esta pandemia, as organizações irão retroceder ao passado, à forma de trabalho pré-pandemia, ou se vão abraçar verdadeiramente esta mudança, adotando as novas ferramentas digitais ao dispor por forma a serem mais ágeis, responder aos novos desafios empresariais e por outro lado, assegurar uma melhoria de qualidade de vida dos seus colaboradores, a linha da frente, permitindo-os crescer em agilidade e focarem-se em temas que acrescentam mais valor.
No fundo, digitalizar significa implementar novas ferramentas tecnológicas que permitem substituir os processos manuais sendo que na maioria das vezes, a transição para o digital possibilita automatizar tarefas manuais repetitivas, otimizando por exemplo o trabalho remoto e eventualmente, permitindo a tal desejada flexibilidade dos locais de trabalho, criando condições para um equilíbrio entre trabalho e vida pessoal.
A transformação digital apresenta-se como uma oportunidade única, para as empresas otimizarem os seus processos reduzindo custos de forma sustentada. Vai muito além das tarefas supérfluas e repetitivas e de redução de papel. Por exemplo, a gestão do conhecimento e a gestão de dados permite criar insights que agregam valor aos serviços e produtos; Processos de onboarding digital permitem um melhor engagement dos colaboradores; Processos digitais de Gestão e Avaliação de Desempenho, proporcionam um maior empoderamento aos intervenientes, criando dinâmicas de feedback contínuo. Finalmente, a metodologia de e-learning que permite uma contínua aprendizagem, entre tantos outros exemplos que se poderiam dar.
Em suma, diria que a digitalização nas empresas aumenta a flexibilidade e agilidade no trabalho ao permitir o trabalho remoto e o desenvolvimento de equipas globais. Permite a otimização das tarefas e da força de trabalho, através dos avanços tecnológicos, o que era repetitivo passa a ser automatizado, sobrando tempo e competências para acrescentado valor onde realmente importa. Pelo referido anteriormente, aumenta o foco pois promove-se uma maior orientação estratégica e alinhamento das equipas para o que realmente importa, como por exemplo, melhorar a experiência do cliente, e por fim, quando corretamente aplicado, permite uma redução de custos, tornando possível construir uma empresa economicamente responsável, centrada nas pessoas e no planeta.
No decorrer dos próximos anos, iremos assistir e fazer parte, da confirmação das mudanças que estão a ocorrer. É inequívoco que as empresas que apostem na digitalização, e a encarem como uma inquietação constante, irão singrar no mercado. As empresas que teimem em não acompanhar esta evolução, irão encontrar dificuldades, pois numa grande maioria dos casos, serão os próprios colaboradores que já não desejam voltar atrás.
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