Em artigo de opinião publicado no Dinheiro Vivo, a equipa de Training da Neves de Almeida HR Consulting, trata o tema do Feedback como ferramenta vital para o desenvolvimento de competências e crescimento dos colaboradores e organizações.
As 960 formas do Feedback
Atualmente, as equipas valorizam, cada vez mais, a iniciativa de alguém lhes dizer como avalia o resultado do seu trabalho, em que pode melhorar, como o pode fazer e, se possível, recebendo dicas para essa evolução.
No entanto, o ser humano tem tendência para guardar as observações e comentários para si. Ou, pode expressá-los da forma errada ou num momento menos oportuno.
O feedback, quando dado no momento certo e de forma correta, é uma poderosa arma de desenvolvimento de competências.
O feedback visa o crescimento do colaborador e é um ato que evidencia coragem, já que exige uma postura de gestão emocional, de capacidade de comunicação, de influência e de empatia. É importante que seja firme e ainda assim aceite pelo colaborador, sem gerar um conflito, reações de defesa ou ferir suscetibilidades. Mais difícil é quando envolve lidar com colaboradores de gerações diferentes ou culturas diferentes.
Saber dar feedback quando se faz um ponto de situação, quando há um erro, quando há “más notícias”, quando abordamos temas sensíveis, é sempre um ato exigente do ponto de vista emocional, em que temos de recorrer à empatia, mas também à assertividade. Fazê-lo com regularidade exige que criemos um sistema de acompanhamento constante, que permita observar o desempenho e sustentar afirmações, sem erros de perceção.
O feedback é, assim, uma valiosa ação, das que mais contribuem para o crescimento, tanto de quem o dá, como para quem o recebe. No entanto, todos os colaboradores são diferentes: possuem uma personalidade própria, uma motivação diferente e uma capacidade técnica única. É preciso adaptar a forma de dar feedback.
A esta altura deve estar a perguntar-se: o que significa 960?
Um campeão de xadrez criou, com algum sucesso, uma variante do jogo que permitia a colocação das peças no início do jogo, em 960 posições diferentes. Sobretudo, ele queria evitar a memorização das chamadas aberturas do xadrez e incentivar a criatividade e o talento dos jogadores.
Tal como num jogo de Xadrez, no feedback é necessário que cada um se desafie constantemente na forma como o faz. De 960 formas? As que forem necessárias, indo sempre ao encontro do colaborador, da situação e da envolvente.
Assim, saber dar e receber feedback é ter a capacidade de “ler o jogo”, ou seja, “ler o outro” e definir a estratégia, tendo em atenção as “peças” de jogo:
- O objetivo – o que quero alcançar com este feedback?
- O interlocutor – quem está do outro lado? Como é esta pessoa?
- A Gestão das emoções – a minha e a dos outros. Escolher o momento, antecipar reações.
- A comunicação – A assertividade, a linguagem não-verbal, o ritmo e tom de voz.
- Outros ingredientes necessários: a coragem, a resiliência, a persistência.
Só assim será possível alcançar a adaptabilidade necessária ao momento de feedback. É precisar encarar o momento de feedback como positivo, há 960 razões para isso!
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