Em artigo de opinião publicado no Dinheiro Vivo, Pedro Palrão, CEO da Makeadream, trata o tema do anúncio do “digital” como “futuro” e da necessidade da sua revisão e revisitação para assegurar a evolução sustentável e estabilização das empresas.
Regresso ao Futuro!
Agir, Comunicar, Interagir e Colaborar, são quatro premissas que o “Digital” permite potenciar na perspetiva do individuo e do coletivo. Se a esfera digital permite acelerar e potenciar estas quatro esferas, porque não colocá-las na ordem do dia e olhar para elas como prioridades urgentes da nossa esfera pessoal e profissional?
“A pandemia vem beneficiar o digital”, “as empresas foram obrigadas a evoluir cinco anos em três meses”, “Agora o digital é que está a dar”, “O dinheiro vai ser todo digital”, são os “ângulos percecionais” que 2020 trouxe para a realidade das nossas vidas pessoais e profissionais.
O propósito deste artigo é partilhar a visão de como podemos aprender com 2020 direcionando e ajustando as mensagens e lições de dois âmbitos: a) as premissas e b) ângulos percecionais.
Se por um lado as premissas (Agir, Comunicar, Interagir e Colaborar) são mais importantes do que nunca, na perspetiva da sua eficácia (por exemplo: ensino à distância, dinâmicas familiares, reuniões de equipa, eventos online…), os ângulos percecionais atribuem-lhes um barómetro de qualidade/exigência, já que a expectativa base da interação/negociação/ dinamização, passa pela existência de uma componente digital que beneficie e potencie as tais premissas.
Fazendo um paralelismo com o processo de transformação das empresas (acelerado inevitavelmente em 2020), conseguimos fazer a relação entre:
Agir = Novas Formas de Trabalhar – Através de dinâmicas assentes em Agile e Gamification;
Comunicar = Digitalização do Negócio – Através de Comunicação Omnicanal;
Interagir = Serviço ao Cliente – Através de Marketing Digital e Análise de Dados;
Colaborar = Gestão de Pessoas – Através de ferramentas de Gestão de Talento e Dinamização de Cultura interna das organizações;
Desta forma construímos quatro vectores que em conjunto (balançam premissas e ângulos percecionais) com impacto e efeito prático no caminho que as empresas estão a fazer, e que ao final do dia, devem defender e privilegiar aquilo que é mais importante: as suas pessoas (colaboradores e clientes).
O “digital” que andou a ser anunciado nos últimos anos como o “futuro” tem de ser revisto e revivido. É necessário um regresso a este futuro para que a lição e a oportunidade de aprendizagem que nos foi dada não se perca na velocidade da criação de novas premissas e ângulos percecionais.
Pretende-se que se evite assim um crescimento prematuro das empresas, e a criação de uma falsa ilusão de que a quantidade de ações, comunicações, interações e colaborações que 2020 veio aumentar em escala, seja significado de maior capacitação profissional e maior qualidade de vida, porque não o é. Regressar para evoluir e estabilizar, deve ser o propósito, pessoal e profissional.
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