Em artigo de opinião publicado no Dinheiro Vivo, Carina Daúde, Senior Consultant da área de Consulting da Neves de Almeida HR Consulting, trata o tema da mobilidade interna e das suas vantagens tanto para os colaboradores como para a organizações.
Mudei de equipa! Após vários anos ligada ao Recrutamento de perfis especializados, consegui concretizar o objetivo de diversificar a minha experiência, integrando a equipa de Consultoria da Neves de Almeida HR Consulting. Esta área apresenta um conjunto de desafios muito diferentes e isto fez-me refletir sobre vários temas, desde a importância da Mobilidade interna, aos seus benefícios, mas sobretudo, sobre a sua necessidade dentro das Organizações.
Nos dias de hoje, quem recruta, percebe que o mercado de recrutamento está num ponto de saturação, em que a procura por determinadas funções excede largamente a oferta de profissionais qualificados para exercê-las. A juntar a isto, a Digitalização acelerou o advento de funções que muitas vezes são novas no mercado, ao mesmo tempo que tornou outras redundantes ou que passaram a requerer novas Skills. É (também) por este motivo que temos ouvido cada vez mais falar em Reskilling e Upskilling, dada a diversidade de ferramentas de que o mercado dispõe atualmente, dificilmente conseguimos recrutar fora, candidatos “Tailor Made”.
Chamamos Reskilling ao ato de formar alguém num conjunto de competências inteiramente diferente, algo que implica uma mudança de carreira. Por exemplo, podemos fazer o Reskilling a um Administrativo de Contabilidade, para torná-lo num programador de uma linguagem que seja importante para a organização. Este tipo de processo é mais comum em funções de tecnologia, sobretudo de programação, dada a procura que existe nestas áreas. Por outro lado, o Upskilling passa por dotar o mesmo Administrativo de Contabilidade de novas competências dentro da sua especialidade. Ou seja, em vez de o transformarmos num programador, podemos formá-lo em SQL, em PowerBI ou em Python, para que possa utilizar estas ferramentas no seu dia-a-dia, de forma a otimizar o trabalho e a suportar a área com uma visão mais centrada em dados. Mais do que um típico programa de formação, o Reskilling e o Upskilling assumem uma componente estratégica, que deve estar alinhada com a maneira como o negócio evolui e que contribui para o ajustamento das necessidades de recrutamento.
Destacam-se como benefícios desta prática:
– O processo de recrutamento é mais rápido e mais barato;
– A margem para surpresas é menor, uma vez que se trata de alguém que a organização já conhece;
– A adaptação à cultura e ao ways of working é mais controlada estando “reduzida” à nova equipa, aos processos e ferramentas da nova função;
– Promove-se a retenção de talentos e o empowerment dos colaboradores;
– Há um engagement maior por parte dos colaboradores, que entre outras coisas, advém da consciência de que a empresa cria oportunidades para que os seus colaboradores cresçam e se desenvolvam.
Mas não se trata apenas de benefícios, trata-se também de uma necessidade! Usei o exemplo do Administrativo de Contabilidade/Programador de forma propositada, porque com a introdução da inteligência Artificial, cada vez teremos menos necessidade de funções administrativas e passaremos a ter mais funções especializadas, por isso mesmo, fará parte do papel (Social) das empresas encontrar lugar para as pessoas cujas funções se tornam redundantes.
Leia o artigo na sua publicação original aqui.