Scroll to top
en pt

Grande maioria dos colaboradores satisfeita com teletrabalho


Ricardo Pedro - 19 de Fevereiro, 2021 - 0 comments

Quinta edição do estudo de clima organizacional e desenvolvimento do capital humano “Índice da Excelência” revela que teletrabalho agrada à maioria dos colaboradores, mas sem ser em tempo integral. A iniciativa, que contou com a participação de quase centena e meia de organizações e teve este ano um bloco adicional dedicado às novas formas de trabalho, mantém o objetivo de identificar e premiar as empresas em Portugal que mais investem e apostam em boas práticas de Recursos Humanos.

A maioria dos colaboradores está satisfeita com o teletrabalho. Os resultados da 5ª edição do “Índice da Excelência” mostram que mais de 70% dos participantes no estudo de clima organizacional e desenvolvimento do capital humano sente-se satisfeito ou muito satisfeito com as novas formas de trabalho. Apenas 7% refere sentir insatisfação com o trabalho remoto. A satisfação é maior entre os colaboradores das médias empresas, vindo esta insatisfação na maioria de participantes de grandes empresas. A iniciativa desenvolvida pela Neves de Almeida HR Consulting revela ainda 25% dos participantes apenas teve a experiência do teletrabalho com o contexto de pandemia, ao passo que mais de metade dos participantes já tinha realizado a prática do trabalho remoto antes da pandemia. Na sua 5ª edição, o estudo desenvolvido pela Neves de Almeida HR Consulting em parceria com a Human Resources Portugal, a Executive Digest e o ISCTE Executive Education analisou e destacou as boas práticas de gestão humana num panorama cada vez mais tecnológico, funcionando também como base de alerta ao tecido empresarial sobre as tendências e a importância do valor humano num mundo cada vez mais digital e moldado pelas novas formas de trabalho, que exigem, em contexto incerto e de constante adaptação, preparação de pessoas e organizações.

Os vencedores da quinta edição do “Índice da Excelência” foram anunciados num evento em live streaming, distinguindoas empresas que mais investem em Recursos Humanos e no desenvolvimento e satisfação dos seus colaboradores. Para a edição de 2020 foi acrescentado um bloco adicional totalmente dedicado às novas formas de trabalho e às medidas implementadas pelas organizações em reação à situação pandémica, com o objetivo principal de aferir a opinião dos colaboradores sobre os impactos positivos e negativos do teletrabalho.

Apesar de a grande maioria dos participantes – 74% – revelar satisfação com o trabalho remoto, existem receios ao nível do impacto do mesmo na visibilidade interna e na progressão de carreira, bem como na sobrecarga de horas de trabalho e na gestão do stress, ou no sentimento de pertença, comunicação e trabalho em equipa, o que requer alguma atenção adicional por parte das lideranças e decisores”, afirma Gonçalo Salis de Amaral, partner da Neves de Almeida HR Consulting. ”Ainda assim, cerca de 90%, considera que o impacto do trabalho remoto na qualidade de vida, produtividade e performance do negócio foi muito positivo, positivo ou com impacto nulo”, acrescenta o também responsável pela área de consultoria da Neves de Almeida HR Consulting.

Dos resultados do estudo, que contou com a participação milhares de colaboradores de quase uma centena e meia de empresas, englobando a totalidade de setores de atividade, realce ainda para o facto de o nível de preparação das lideranças para esta nova forma de trabalho ter sido considerado adequado. Em muitos casos foi mesmo referido que os líderes se mostraram muito bem capacitados. No entanto, há uma preocupação em regulamentar o trabalho remoto para o período pós-pandémico. Destaque ainda para cerca de 85% dos colaboradores considerar as medidas tomadas pelas organizações para garantir a sua saúde, segurança e bem-estar adequadas e suficientes.

Neste âmbito e numa perspetiva de futuro, 76% dos participantes no “Índice de Excelência” 2020 refere que gostaria de manter a modalidade do teletrabalho, enquanto 24% dos participantes diz que prefere continuar a trabalhar a tempo integral nas instalações da organização. Apenas um em cada dez demonstra preferência pelo teletrabalho a tempo integral, não sentindo necessidade de presença física no escritório/instalações da organização. A modalidade mais escolhida pelos participantes é a conjugação de três dias em trabalho remoto e dois na organização.

Melhoria contínua da satisfação global

O objetivo principal do estudo é oferecer a cada organização a oportunidade de identificar áreas fortes e de melhoria na gestão do seu ativo humano, servindo como ferramenta de gestão de iniciativas a desenvolver para melhorar a satisfação organizacional. A iniciativa permite às empresas participantes acesso a informação que poderá suportar algumas decisões estratégicas, dando, em simultâneo, voz e envolvendo os colaboradores em temas relevantes.

“O Índice da Excelência tem mantido ao longo das suas cinco edições o propósito inicial de disponibilizar uma avaliação da dimensão, completa e complexa, do Capital Humano em contexto organizacional e compreender a sua relevância para uma estratégia global”, refere Gonçalo de Salis Amaral. Este ano, “face ao contexto, considerámos que nunca foi tão relevante auscultar os colaboradores das organizações e analisar a adequabilidade e efetividade das medidas implementadas no âmbito da gestão das pessoas. Numa era cada vez mais pautada pela componente tecnológica e digital, o maior valor está nas pessoas”, acrescenta.

O nível global de satisfação destaca-se pela positiva, pois tem vindo a aumentar de ano para ano, incluindo em 2020, em todos os subdomínios de análise, com exceção dos setores do Comércio e Retalho e Hotelaria e Turismo, dos mais afetados pela pandemia. Apesar de resultados globais muito positivos face ao contexto, há áreas, como a melhoria da sustentabilidade do negócio, a aposta na inovação, na transformação digital e na valorização e retenção de talento, que requerem maior atenção e intervenção.

Apesar do nível de excelência ter subido globalmente, e em todas as dimensões do estudo – Dinâmica Organizacional; Práticas de Gestão; Clima; Gestão de Pessoas – a Gestão de Pessoas, que inclui os recursos de trabalho, o desenvolvimento de competências e práticas de gestão de talento, é a dimensão que apresenta as pontuações mais baixas face às restantes, seguindo a tendência dos últimos anos, e a que precisa de mais investimento para estar ao nível das restantes dimensões.

Da análise aos resultados da 5ª edição do Índice da Excelência conclui-se que a criatividade e a inovação continuam a ser apostas cruciais, tanto nos modelos e processos de negócio, como nas formas e métodos de trabalho, criando agilidade interna e colaboração plena para fazer face às exigências e constantes mutações do ambiente e do mercado. A edição de 2020 do estudo desenvolvido pela Neves de Almeida HR Consulting revela ainda que a situação pandémica acelerou a maioria das tendências que já se vinham a verificar nos últimos anos, demonstrando a sua relevância e criticidade também para os desafios específicos da pandemia.

Tendo em atenção os resultados do estudo e a sua aplicação no futuro por parte das organizações, as prioridades devem estar” tanto no âmbito da agilidade, inovação e colaboração organizacionais, como no desenvolvimento, capacitação e envolvimento/satisfação das pessoas. Nesta era digital, o maior valor das organizações está nas pessoas”, conclui Gonçalo Salis de Amaral.

Reflexo do investimento

Na análise à satisfação global dos colaboradores por dimensão, da 5ª edição do “Índice da Excelência” destacam-se pela positiva as Pequenas Organizações. Apesar de um destaque menos positivo, tem-se vindo a verificar um aumento significativo nas Grandes Organizações. Em termos globais verifica-se uma evolução positiva em todas as dimensões, reflexo do investimento na Gestão de Recursos Humanos feito nos últimos anos pelas organizações.

As dimensões de Excelência do Clima e da Dinâmica Organizacional têm os valores mais altos de satisfação nos diferentes setores, enquanto a dimensão de Excelência da Gestão das Pessoas apresenta os valores mais baixos. Os setores em alta são a Consultoria e Serviços; Banca, Seguros e Serviços Financeiros e Tecnologia Media e Telecomunicações. Já a Construção e Infraestruturas, Indústria e Setor Público requerem mais investimento.

Face à edição anterior, nos setores da Hotelaria, Turismo, Desporto e Ensino; Retalho e Comércio e o Setor Público o nível da satisfação diminuiu de forma significativa. Em todos os outros a evolução foi positiva, demonstrando que mesmo em contextos mais difíceis são possíveis iniciativas que garantam a satisfação dos colaboradores.

As duas dimensões em que os colaboradores se sentem menos satisfeitos e onde gostariam de continuar a ver investimento por parte das organizações são as Recompensas dos Colaboradores e no Desenvolvimento das Pessoas. Nesta 5ª edição do “Índice da Excelência” as iniciativas organizacionais apontadas como menos prioritárias foram as relacionadas com as Práticas de Liderança e a Comunicação Interna.

No que diz respeito aos fatores de retenção, os mais salientados foram o gosto pelo trabalho desenvolvido, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional e a relação com os colegas. A inovação e vanguarda da organização, a par da formação adequada às necessidades foram os menos referidos. Quanto maior a dimensão da organização, mais valorizada pelos colaboradores é a segurança do emprego e a localização. Fatores de retenção como condições de trabalho e relação com colegas são mais apontados em empresas mais pequenas.

O Índice da Excelência é o maior estudo de clima organizacional e de desenvolvimento do Capital Humano, gratuito, em Portugal, e tem-se revelado uma ferramenta de gestão relevante e robusta na compreensão da relação entre as organizações e os seus colaboradores. Contribuir para a satisfação, bem-estar e retenção dos colaboradores chave numa fase de alta competição pelo talento é um desafio a que as organizações têm de ser capazes de responder.

Related posts

Post a Comment

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *