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Avós e netos: uma lição de liderança


Ricardo Pedro - 9 de Dezembro, 2021 - 0 comments

Em artigo de opinião para o Dinheiro Vivo, Isabel Rita Alves, Partner da Neves de Almeida HR Consulting, fala do papel da liderança nas duas grandes áreas das nossas vidas, pessoal e profissional, e da importância da conciliação entre as duas.

Quando ainda nos sentimos úteis e de valor na Organização onde trabalhamos e, de repente, recebemos a melhor notícia da vida, a nossa família vai aumentar: vamos ter um bebé! Como reagimos? Bem, afinal já sabia o que era ser mãe e já conseguia antecipar uma realidade que ainda que fosse nova, tinha muito de já vivido e sentido. Não tinha dúvidas que seria um momento de muitas emoções e sentimentos, um verdadeiro turbilhão, mas com a certeza de que tudo se geria e ultrapassava.

O que sentia como mais engraçado era a dualidade de sentimentos… por um lado já tinha sido mãe e não deveria estar tão ansiosa, por outro lado, a noção de ser avó não deixava de ecoar na minha cabeça. Avó?? Como assim? Ainda me sinto tão jovem e com tanta coisa para fazer e vou ser avó? Como todos, certamente, sempre pensei que “isso de ser avó é para as pessoas de terceira idade e já reformadas”. Na verdade, não me revejo em nenhum dos cenários, bem pelo contrário, sinto-me jovem e ainda longe da reforma.

E agora? Tenho uma equipa que conta comigo a tempo inteiro e com objetivos a atingir, mas ao mesmo tempo como avó também tenho novas obrigações. Uma coisa era certa, sabia que ia dar conta do “recado” e não falhar em nenhuma das dimensões: ser a líder que a equipa precisa, bem como a avó que o meu neto merece!

É curioso perceber que quando fazemos parte de uma equipa e esta está verdadeiramente connosco, o que nos acontece a nós estende-se também a ela. A minha equipa, de mulheres com filhos de todas as idades, acha imensa piada ao fato de entrar mais um bebé, ainda que indiretamente, para o seio do nosso grupo, e os resultados são vividos ainda com mais euforia.

Então afinal, tudo fica igual?? Não!!

Surgiu um ser na minha vida que veio desestabilizar as minhas rotinas. No final do dia, o que mais me apetece é não fazer nada, ou tão simplesmente deitar-me no sofá, ou mesmo ir às minhas massagens de relaxamento. Na prática já não é isso que acontece, pois depois de um dia árduo, vou a correr para pegar ao colo o ser mais bonito no universo, para mim, claro.

Falo com ele, tenho conversas profundas, e ainda lhe digo que ele é o meu príncipe e a pessoa que mais adoro. Que felicidade!! Este ser está a fazer de mim uma pessoa mais calma, mais ponderada e ainda com uma vontade enorme de ser quase perfeita.

Quero gritar ao mundo, que sou muito feliz e que pretendo ser uma avó que vai servir de inspiração a este miúdo giro. Servir de inspiração é um propósito forte, onde preciso de ser exemplo e uma referência a seguir. Quero ser uma influência positiva na sua vida, saber que comigo pode partilhar e que estarei sempre ao seu lado, no seu processo de crescimento e desenvolvimento.

No final do dia, considero que não existe uma grande distância entre ser uma avó inspiradora e um líder pelo exemplo. Em primeiro lugar, só conseguimos servir de inspiração para os outros, quer se trate de netos ou da equipa, se conseguirmos encontrar o nosso equilíbrio, o nosso propósito, a nossa felicidade.

Cada um de nós deve de identificar o seu propósito na vida profissional e pessoal, e procurar conciliar os dois, uma vez que estes dois campos estão interligados, de certa forma. Acredito que não se trata de priorizar um em detrimento do outro, pois os benefícios conquistados com a evolução numa dessas áreas se expande à totalidade da nossa vida.

É uma arte gerirmos o nosso tempo, a nossa agenda de forma a conciliar os abraços, as nossas longas conversas e ainda o passeio ao parque, esta felicidade enche-me de energia positiva.

No exercício da liderança está a missão de mover toda a equipa na direção de um objetivo em comum e garantir resultados satisfatórios, tanto para empresa como para cada colaborador. A liderança carismática que quero alcançar em cada uma das dimensões da minha vida traz influências positivas e, como vos disse, desperta o interesse do grupo. É um exercício e tanto, não é? Mas é mesmo isso, um exercício, que se pratica, que se treina e aperfeiçoa. Tal como no ser avó pela primeira vez, também na liderança, sei que com treino e dedicação me vou superar neste papel.

Leia o artigo na sua publicação original aqui.

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