Em artigo de opinião para o Dinheiro Vivo, Maria Palma, Manager da Neves de Almeida HR Consulting, analisa tema da diversidade nas empresas com base nos resultados do Índice da Excelência 2021.
Temas ligados à diversidade, inclusão e igualdade têm constituído uma preocupação para as organizações e assumem uma tendência crescente com equipas cada vez mais heterogéneas, constituídas por pessoas de diferentes origens, géneros, backgrounds e competências. As organizações têm manifestado cada vez mais cuidado na promoção de um clima saudável, com igualdade de oportunidades, livre de preconceitos e dando espaço a cada indivíduo para ser único, algo que tende a ser valorizado pelos colaboradores e potenciais candidatos, reconhecendo que equipas mais diversas se revelam mais criativas e inovadoras!
Ao analisar os resultados do Índice da Excelência, uma poderosa ferramenta de gestão que analisa o clima e satisfação Organizacionais, realizado pela Neves de Almeida HR Consulting em parceria com a Human Resources Portugal, Executive Digest e o ISCTE Executive Education, em termos da diversidade em geral, temos assistido a uma evolução e os colaboradores reconhecem o aumento da diversidade assim como preocupação por parte da gestão com estas temáticas incluindo-as nas suas práticas de gestão de talento em particular no que diz respeito ao género. Esta preocupação tem sido evidente por exemplo em processos de recrutamento e na utilização de modelos de avaliação de desempenho e de progressão de carreira mais transparentes e suportados em critérios claros de meritocracia.
As empresas multinacionais normalmente lideram estas temáticas assim como os setores das Tecnologias e dos Serviços que assumem uma posição de destaque, até pela natureza dos negócios que são mais propensos a esta diversidade e igualdade em todos os aspetos. Por outro lado, setores como o da Indústria muitas vezes não conseguem acompanhar esta tendência devido à natureza do trabalho e muitas vezes até à localização.
Um dos aspetos da diversidade mais debatidos e até regulamentados nos últimos anos está relacionado com o género e, em mês de celebração do Dia da Mulher, escolhi partilhar algumas conclusões desta edição que nos fazem um diagnóstico representativo do mercado. Ao analisar as tendências em termos de dimensão das Organizações a distribuição de géneros no global é bastante equilibrada existindo nas pequenas e médias empresas uma predominância de elementos do género masculino, contrastando com as grandes empresas onde quase 60% dos participantes são do género feminino.
Ao nível dos cargos de direção ainda existe maioria masculina a rondar os 70% sendo a Banca, Seguros e Serviços Financeiros o setor que se encontra mais avançado e equilibrado neste âmbito. Nos cargos de Administração este aspeto ainda é mais gritante onde, independentemente da dimensão da empresa, se assiste a uma representatividade maioritariamente masculina nas grandes empresas a rondar os 85% e nas pequenas e médias 77% e 73% respetivamente.
Estes resultados demonstram-nos que apesar de estarmos a evoluir, ainda temos um longo caminho pela frente nestas temáticas! Estas estão naturalmente ligadas à cultura organizacional mas também dependentes da estratégia de gestão de talento implementada que deverá conter modelos claros e transparentes, sejam eles de recrutamento, avaliação de desempenho, carreiras etc. e que levam à valorização dos indivíduos pela sua contribuição e valor agregado independentemente das características associadas.
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